sexta-feira, 22 de abril de 2011

M.Page..

Eu tenho a maldição da razão;sou pobre,solteiro,depressivo.Há meses reflito sobre a doença de refletir demasiadamente e estabeleci com toda a certeza a correlação entre a minha infelicidade e a incontinência da minha razão.Pensar,tentar compreender nunca me trouxe nenhum benefício,mas,ao contrário,sempre atuou contra mim.Refletir não é uma operação natural e fere,como se revelasse cacos de garrafa e arames farpados misturados no ar.Eu não consigo deter o meu cérebro,diminuir o seu ritmo.Sinto-me como uma locomotiva,uma velha locomotiva que se precipita nos trilhos e que não poderá jamais parar,porque o combustível que lhe dá a sua potência vertiginosa,o seu carvão,é o mundo.Tudo o que vejo,sinto,escuto se engolfa no forno do meu espírito e o impele e faz funcionar a pleno vapor...

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